segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Abóbora
 
Passei um tempão pensando
e acabei de decidir.
A palavra que eu mais gosto é: 
ABÓBORA 
Gosto de falar e ouvir.
Quando falo, encho a boca
e deixo explodir o ‘bó’. 
Quando brinco de cantar ópera,
fico cantando: 
‘ABÓBORA, ABÓBORA!’, 
e acho muito engraçado. 
Quando brigo de não escutar,
fico de ouvido tapado e falo: 
“ABÓBORABÓBORABÓBORABÓBORABÓBORABÓBORABÓBORA’ 
sem parar.
 
ABÓBORA também pode virar
coisas que a gente inventa.
Pode virar panela,
a cabeça de um boneco,
a carruagem da Cinderela. 

ABÓBORA é tão importante
que tem até cor com seu nome.
Tudo que é cor de abóbora
dá vontade de comer:
fruta madura no pé,
cenoura, quibebe, bobó,
e o doce com cravo e canela
na casa da minha avó. 

Até a hora do dia que eu acho que é mais bonita
é quando o sol vai descendo, lá longe, perto do mar.
Ele vai ficando ABÓBORA, abóbora...
Depois ele vai embora, embora...  
Mas de manhã, ele volta, subindo lá do outro lado.

Uma ABÓBORA bem grande, cheia de brilho dourado.

2 comentários:

  1. Que delícia que é ter vc como parceira, amiga-irmã, para aboborar as manhãs. E a tarde, quando totalmente aboboradas, nos sentamos na varanda e, em meio a abobrinhas, aboboramos nossa amizade com fome, força e fé. Sou totalmente aboborada por vc!

    ResponderExcluir
  2. Lindo, Priscila! De uma delicadeza e sensibilidade q convida nossa criança interior a se lambuzar!

    ResponderExcluir